terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Um resumo da Reunião dos 4 trabalhadores com o Almirante Mário.


 
   A Reunião com o Almirante Mário e os quatro trabalhadores iniciou-se com ele, na entrada da sala de reunião do Gabinete dele, cumprimento os trabalhadores e os Trabalhadores cumprimentado-o e se apresentando. O Almirante Mário Tratou-nos com urbanidade e respeito, todo tempo que conversou conosco.

   Logo que fomos convidados a nos sentar, ele anunciou que haveria um café para a gente e, em seguida, ele apresentou as pessoas presentes à mesa: Comandante Vice-Diretor Industrial, a Secretária dele e Comandante Chefe da Inteligência, todos sentados em torno da mesa.

   O Almirante iniciou a Reunião explicando o que o motivou que nos chamasse até ao Gabinete dele: _ Porque chegou ao meu (dele) conhecimento que vocês (trabalhadores) estão fazendo um movimento brando, sem distúrbio, na hora almoço, sem distúrbio, sem problema nenhum. Ele continuou: _ Acho que querendo iniciar um movimento por conta de algum reivindicação que vocês (trabalhadores) estão fazendo com relação à Empresa de vocês.

   Nisso o Almirante pergunta aos Trabalhadores: _ Vocês estão aqui a quantos anos? Os Trabalhadores respondem e, como eu sou o trabalhador com menos tempo na Emgepron, dentre os três, o Almirante concluiu: _ Você (eu, Alexandre), eu não sei se já, mas vocês três (eu e os três outros trabalhadores) presenciaram o negócio de amendoeira que teve aqui. Lembram? Ele continuou: _ Pois é, graças a Deus, depois que eu assumi o Arsenal (AMRJ) aqui, em Abril de 2012, eu nunca mais tive esse problema aqui de servidores RJU, na amendoeira, com reivindicação. E, continua: _ Eu acho até que não foi coincidência; porque que não foi coincidência? _ Pela minha forma de ser, pela forma franca e aberta de tratar com as pessoas. Porque, quando eu cheguei aqui, a primeira determinação que eu dei para o Departamento de Pessoal do Arsenal foi a seguinte: "Olha, eu quero transparência total com os funcionários; eu quero que eles sejam bem informados; eu quero que eles sejam bem tratados no Departamento Pessoal". Tinha um negócio aqui que o Departamento de Pessoal só atendia o Servidor Terça e Quinta, eu mandei acabar com isso. O Servidor tem que ser atendido na hora que começa o expediente até a hora que termina o expediente. _ Porquê? _ Porque que estou do lado dos servidores como eu estou do lado de vocês (nós da emgeprom). Ele continua: Eu sou Diretor de um Estaleiro que tem que trabalhar. Se eu não puder contar com as pessoas que estão aqui para trabalhar, para me ajudar a cumprir as minhas tarefas, a minha administração vai ser um fracasso, eu não vou conseguir sucesso. _ Se a obra que as pessoas fazem aqui em baixo não der certo, meu amigo, o culpado sou eu. Não é o "Joãozinho", não é o "Pedrinho", não é o "Zezinho" não; O Culpado sou eu. Eu estou aqui é para isso mesmo, para ser culpado se não der certo. Mas, também, para receber os parabéns, se der certo. Então, é, continuou ele, estou dizendo isso tudo para dizer para vocês é o seguinte: _  De mim, vocês podem esperar total transparência, total sinceridade e eu quero ouvir de vocês o que a gente pode fazer para ajudar vocês? _ Porque eu não quero transformar isso numa reivindicação. O Almirante continua: _ Daqui a pouco, começa a ter movimento, começa a fazer isso porque não tem informação disso, não tem informação daquilo; até porque isso não vai resolver nada, a gente não consegue resolver nada assim, só tumultua o ambiente. Ele continua: _ É isso. Eu quero ajudar vocês naquilo que estiver ao meu alcance e derrepente tentar esclarecer alguma coisa que para vocês possam ter uma ideia diferente de como a coisa acontece. Ele continua: _ Eu quero ajudar vocês. _Para vocês não ter que ficar fazendo movimento nenhum aqui embaixo, alguém tem que ouvir vocês. _Eu quero ouvir vocês e estou disposto a levar as reivindicações de vocês até a Diretoria da Emgepron.

   Nisso, um dos trabalhadores incia a parte da fala dos Trabalhadores: _ Eu quero esclarecer o seguinte: A gente não tem nada contra o Arsenal (AMRJ), nós não temos nada contra a Marinha, mas o que está acontecendo conosco não dá para a gente ficar calado. E continua: _ O senhor acredita que tem trabalhador agora ganhando R$ 700,00 por mês? Como um chefe de família pode sustentar uma família ganhando R$ 700,00 por mês?

   A ideia desse Blog sempre foi fazer os trabalhadores entenderem que precisam lutar contra a injustiça que sofrem, desde 2012; nesse ponto o Blog fracassou. O Movimento de Protestos silenciosos foram provas disso. Mas a luta continua.

  O Problema não é lutar contra o Leão, o problema são os balidos das ovelhas. Quando lutamos contra o Leão, sabemos que podemos até morrer. Mas, como suportar o balir das ovelhas?

   Essa transcrição se encerra aqui. Posso cometer erros de interpretação, pontos podem ser omitidos que podem levar os trabalhadores ao erro. 

Segue um extrato da reunião:

 
   O Almirante Mário pediu aos Trabalhadores que dissessem o porquê dos protestos. Levamos a ele que este arrocho salarial está causando problemas psicológicos e familiares nos Trabalhadores. Dissemos que todo impulso de manifestação e até os protestos dentro do AMRJ são frutos desse Arrocho. Dissemos que esse Arrocho Salarial irá tomar dimensões tais que ficarão fora até do nosso controle, pois há muitos trabalhadores que estão passando fome literalmente com esse salário líquido de R$ 600,00 e R$ 700,00.

   O Almirante nos disse que não há previsão no orçamento que preveja aumento salarial para os Trabalhadores. Dissemos a ele que, se a coisa continuar nessa linha, a coisa vai ficar insuportável; dissemos a ele que a Estatal precisa entender isso. Se continuar assim, ou os trabalhadores terão que pedir demissão, ou vão morrer à míngua dentro do AMRJ.


   O Almirante Mário reconheceu que o piso salarial dos Trabalhadores está a baixo do piso salarial do mercado e que está chegando a um salário minimo; reconheceu, realmente, que não dá para sustentar uma família com um salário de R$ 700,00. Mas nos alertou de uma reunião tida com o Chefe dele sobre o Cenário de Orçamento da União que deverá fazer sérias revisões de contratos já fechados com o AMRJ; disse estar com fatura que passa de 5 milhões do mês de Janeiro e não há dinheiro para pagar, além de uma dívida em torno de 12 milhões, em faturas anteriores com a Estatal. 

   Os Trabalhadores propuseram que, se o Orçamento da União não prevê nenhum aumento salarial, a Administração da Estatal e o Diretor do AMRJ poderiam buscar subsídios dentro dos benefícios diretos, como descontos menores no Plano de Saúde e o Aumento da Cesta Alimentação dos R$ 56,00 para algo em torno de R$ 500,00. Dissemos que os descontos do Plano de Saúde consomem metade de nossos salários quando precisamos usar ele para exames de nossa família. Explicamos que, com a redução dos descontos do PAMSE e o aumento da Cesta Alimentação para esse valor proposto, os trabalhadores teriam condições de pagar suas contas e alimentar suas respectivas famílias até que esse PCS fosse aprovado; dissemos a ele que isso não tiraria os Trabalhadores do sufoco, mas evitaria que os Trabalhadores da Emgepron no AMRJ continuem a viver esse sufoco, a ter suas famílias na zona de fome. Nisso, possível redução nos descontos do PAMSE e Aumento da Cesta Alimentação, ele disse que não é impossível de analisar, mas que, possivelmente, o PCS da FIA não será aprovado esse ano. Repetimos que a Administração da Estatal precisa fazer esse esforço de atenuar os descontos do PAMSE no contra cheque e aumentar a Cesta Alimentação dos R$ 56,00 para o mínimo de R$ 500,00, isso é, para atenuar o sofrimento e acabar com a insatisfação que impulsiona os Trabalhadores a Ações de Manifestações e Protestos contra os Baixos Salários. 

   Enfatizamos que a Estatal precisa olhar para os Trabalhadores até que o PCS da FIA seja aprovado e os trâmites judiciais da demanda entre Sindimetal x Emgepron se resolvessem. Os Trabalhadores pediram para que ele peça a Estatal que reduza a carga de descontos com o PAMSE nos contra cheques e aumente o benefício Cesta Alimentação para o valor de R$ 500,00.

  Nosso pedido foi para que ele interceda junto a Emgepron para que os trabalhadores possam alimentar suas famílias com os salários que recebem, pois o arrocho salarial tem sufocado os trabalhadores.

   Ele prometeu que essa proposta, que considerou razoável, será levada à Administração da Estatal. Disse que não será fácil achar meios, mas prometeu buscar, junto à Administração da Estatal, solução para essa proposta de tirar os Trabalhadores dessa zona de fome, de desconforto, que tem sido o pivor de toda insatisfação e revolta contra a injustiça que eles têm sofrido. Ele considerou que não é impossível, dentro do proposto Redução do valor com encargos com o PAMSE e aumento sugestionado à Cesta Alimentação, já que a questão aumento salarial estaria fora do orçamento da União.

  Nós vamos esperar, conforme combinamos. Se o Almirante não entrar em contato conosco em 30 dias, a contar do dia 02, dia da reunião com ele, vamos até ele.

   Conforme foi combinado, quando idealizamos o ATO de Protestos dentro do AMRJ: "queríamos que a Administração da Estatal nos ouvisse e desse uma solução a esse Arrocho Terrível". Mas o Diretor do AMRJ nos ouviu e explicou a previsão do orçamento que não prevê reajustes para nós. Ele se comprometeu a conversar com a Administração da Estatal, agora, se haverá solução ou não, não dá para prever.

   Depois dessa resposta, se for negativa, colocaremos em prática a realização do ATO de Doação de Sangue ao HEMORIO e, o segundo ATO de Manifestação, vamos para frente do Ministério Público do Trabalho (MPT) protestar contra a Ação Rescisória da Estatal numa sentença transitada em julgado que garantiu aos Empregados da Estatal o status de Metalúrgicos em área naval.

   Trabalhadores, tenham paciência. Sei que as coisas estão sufocantes para a maioria de nós. Apesar de todo sufoco, vamos aguardar, pois esse foi o combinado: "Sermos ouvidos". 

  Ficar parados, não dá: "É ir para Rua Protestar contra o Arrocho Salarial Cruel que estamos sofrendo, ou morrer de fome dentro do AMRJ".


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9 Comentários:

Às terça-feira, 3 de fevereiro de 2015 às 22:38:00 BRST , Anonymous Anônimo disse...

De boas intenções,o inferno está cheio!!!!!!

Todos são iguais!!!!!

 
Às terça-feira, 3 de fevereiro de 2015 às 23:14:00 BRST , Anonymous Anônimo disse...

parabens a vcs 04 funcionarios concursados da estatal federal emgepron,que tiveram coragem de botar a cara e expor nossa insatisfaçao .Agora nos resta saber se o diretor do amrj vai realmente entrar no circuito. caso nao entre na minha opiniao o movimento deve continuar,seja la dentro ou seja la fora.Chega de humilhaçao estou pronto para luta. obrigado!

 
Às quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015 às 07:23:00 BRST , Anonymous Anônimo disse...

Poxaaa.. parece ate novela! Quando esta ficando bom, o texto acaba! Vai mandar o resto alexandre? Voce pôde gravar o audio dessa reuniao?

 
Às quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015 às 18:34:00 BRST , Blogger Alexandre do Blog disse...

Há uma interpretação errada do que está havendo:"novela?" Não. Isso é a luta de pais de família e suas buscas pelo justo. Essa transcrição era para que os trabalhadores entendessem a necessidade que temos deles juntos, nessa luta.

Não, meu amigo, não há áudio. Tudo que tenho é memória para o que é importante e essa reunião foi a mais importante que já tive até hoje. Toda minha atenção estava no que se dizia.

Esse blog perde o sentido dele quando falha ao chamar seus leitores à responsabilidade.

Essa transcrição não continuará, pois o objetivo não é transformar isso em um big brother.

Vou fazer um extrato resumindo, mas não mais a transcrição.

 
Às quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015 às 18:35:00 BRST , Anonymous Anônimo disse...

Por que não vai transcrever, Alexandre?

E por que da decisão de fazer um extrato resumido?

 
Às quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015 às 20:33:00 BRST , Anonymous Anônimo disse...

Alexandre sera q vc poderia continuar com a transcrição ? Nao liga para o q esse cara disse, muitos q nao puderam comparecer a reuniao estao curiosos para saber a reaçao q esse almirante teve qnd vcs colocaram todo o nosso sofrimento sobre a mesa.

 
Às quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015 às 23:51:00 BRST , Anonymous Anônimo disse...

Alô companheiro ! É com luta e perseverança que se alcança os objetivos , não é fácil , e não se encontra apoios como o esperado , mas o que falta em alguns Deus lhe está dando forças para ir adiante , nada é o acaso seus esforços lhe ajudarão acredite nisso faça como sempre vêm determinado a fazer não desanime se alguns lhe mostra sinal de cansaço e desesperançoso devido aos resultados mediantes aos esforços a batalha continua , sei que diante de tantas coisas realmente é querer ver o fim e não ter nem sinal de quando isso acontecerá mas é um legado que jamais você esquecerá que empreitou e dele positiva ou negativamente se manteve viril. Observação , quanto aos valores e interesse do Sr. que presidiu a reunião com vocês sem dúvidas é o melhor possível entretanto é apenas um cargo de confiança que requer muita diplomacia no trato dessa natureza , pois bem sabemos conforme foi notificado no blogue que a empresa investiu uma bagatela de um milhão e meio de reais , obviamente em detrimento dos seus colaboradores , não é necessário se falar ou esperar que o Sr. que presidiu a reunião seja o salvador da pátria , santa ingenuidade . Abraços companheiro e a luta é o triunfo do homem é mais prazerosa.

 
Às quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015 às 07:48:00 BRST , Anonymous Anônimo disse...

A SOLUÇÃO É.... MANIFESTAÇÃO COLOCAR NA MÍDIA, ESSA SITUAÇÃO NA CONVERSA NÃO VAI RESOLVER.... VAMOS PARA RUA.... SE O NUMERO FOR IGUAL OU MAIOR DA ÚLTIMA VEZ VALE APENA..

 
Às quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015 às 07:49:00 BRST , Anonymous Anônimo disse...

É ISSO MEU CAMARADA VAMOS A RUAAAAAAAAAA SIM! TO JUNTO

 

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Quando um homem perde a fé em algo, ele perde a motivação de lutar por esse algo.

Devida situação atípica, os Comentários estão abertos.

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